12.23.2010

Colégio e educação. Existe alguma relação?

A dúvida mais freqüente na mente de um estudante secundarista talvez seja o que ele vai fazer de sua vida, qual vai ser a sua vocação profissional. Quem estuda em colégio que preparam você diretamente para a universidade sabe como é ter os desamigos (concorrentes), família, colégio e você mesmo fazendo pressão para fazer um curso de renome, isso inclui:

1º Medicina

2º Direito

3º Engenharias

Todas as profissões que secularmente vem distinguindo um vagabundo de um doutor foram citadas ou estão engajadas em alguma. Refletindo um pouco mais, você poderá notar que todas elas fornecem base para uma só coisa: a indústria. Isso acontece da seguinte forma: na engenharia você monta dez da estrutura física da empresa, passando pela linha de montagem e design. No direito você ver-se a parte administrativa dela, como processos, ganhos, perdas, administração do capital e por fim na medicina que visa manter o trabalhador e o dono, dessa empresa, vivos. Contando uma história talvez fique mais fácil de compreender como essas profissões já vem de muito tempo.

Eu estava em uma loja na qual você manda fazer o estofado e tapeçaria do carro em couro, o dono, ‘capoteiro’, falava sobre mulher, a coisa clássica de uma sociedade machista e seca por mulher como acontece no nordeste, como o seu empregado tinha faltado eu estava auxiliando-o para entrar o carro de minha mãe no presente dia. Ele conversava sobre tudo e notei que ele tinha até certo conhecimento e ânsia de aprender, o que é bom, apesar de humilde ele possuía um conhecimento relativamente superior aos demais de seu grupo social. Conversamos por algumas horas até que ele começou a me dar lições de vida, aquela coisa convencional que todo adulto fracassado na sua vida tem a dizer: Se eu tivesse estudado eu teria me tornado um juiz e estaria ganhando 30 mil por mês.

Não ousei perguntar por que ele tinha tanta certeza sobre aquilo, também não precisava. Nota como é grande e presente essa idéia que certas profissões dão dinheiro ou não, pois bem, essa noção não veio de hoje. Há tempos que aqui no nordeste as pessoas se destacam por serem médicas ou advogadas formadas nas universidades federais. O que acaba detonando com outros cursos e fazendo com que a maioria, ignorante, acabe simplesmente dizendo que todos os outros trabalhos são de indecentes vagabundos, inclusive os deles.

A cada dia que passo eu fico mais irado com essa idéia de cotas, Enem e agora sobre qual profissão seguir! Por mim eu seguiria as artes ou as que se utilizam da mente humana e interpreta-a, tais como: Filosofia, sociologia, psicologia e outras derivadas mais a minha mãe não me deixa, chato é sim, mas também sei que ela está agindo com esperteza mais não como sabedoria, pois isso só me fará um adulto realizado economicamente, pois vou fazer engenharia(s), e decepcionado com todo o mundo, então o que vale uma vida rica se o seu moral é nada? Advogados e médicos, em sua maioria, não têm moral, pois a desses é tendenciosa a criação.

Para saber como surgiu tudo isso é preciso conhecer algumas teorias e só assim poderemos decifrar esse código educacional bitolado e assim poderemos concluir que nos vêem como meros carros, só é preciso por a chave que ele funciona. A maior problemática veio com a discussão sobre o que influi na aprendizagem humana, tudo se baseia em natureza e criação. Algumas correntes filosóficas foram criadas, só vou dar ênfase a duas: Eugenia e Behaviorismo.

Eugenia: Também apoiada por Hitler, ela sugere que o homem é mais influenciado pela natureza, genética, ou seja, você é inteligente porque os seus pais são, se eles forem desprovidos de inteligência conseqüentemente você também será.

Behaviorismo: Segundo John B. Watson o ser só depende do ambiente, ou seja, ele pode ser moldado conforme se deseje. Isso se assemelha muito a teoria da Tabula rasa em que se imaginava que a mente era livre uma folha em branco e você ia preenchendo essa folha a medida que você aprendia dessa forma o mais inteligente seria que tivesse maiores textos em sua mente. A única vantagem disso tudo é que assim todos nós seriamos iguais e conseqüentemente acabando com qualquer tipo de preconceito e formando uma sociedade democrática e igualitária. O que não é verdade, pois nada disso existe.

O que sempre contradiz as duas teorias é o seguinte exemplo: Imagine uma criança que converse muito, isso leva-nos a pensar que os seus pais também conversam bastante, mas o que impede que essas características não tenham sido transmitidas pela genética ou será que só o ambiente influi nisso?

O problema é que tudo o sistema educacional (S.E.) surgiu em meio a essas idéias de Behaviorismo o que levou a um sistema que as aulas são ministradas para todos os alunos por igual e pensam que assim esses alunos vão descobrir as suas habilidades. Na verdade as escolas tendem pela necessidade que o capitalismo imprime e por esse valorizar matérias mais exatas, pois essas dão mais dinheiro nesse sistema.

Ainda sobre as escolas podemos concluir que as escolas sustentam a indústria formando novos profissionais universitário. Ou seja: industrialismo + behaviorismo vai fazer com que eu tenha que fazer universidade para exatas. Todo o S.E. acabou hierarquizado as matérias da seguinte forma:

1. Matemática e línguas

2. Ciências humanas

3. Artes

3.1. Plásticas e música

3.2. Teatro e dança

Como se percebe até as artes acabaram por serem divididas também, mas eu só queria saber quem disse que dança é menos importante que matemática? Esqueçam de critérios ENEMicos, VESTIBULescos ou de qualquer outro tipo de pseudo exame. Reflita.

Isso torna a inteligência tendenciosa ao que você sabe que faz bem a indústria e não ao seu crescimento moral e intelectual. Ninguém percebeu ainda que somos tratados como um editor de textos? Simplesmente ditam coisas e nos temos que gravar o máximo possível. O Enem no projeto original notou isso e tentou mudar colocando uma prova mais discursiva e interpretativa, o que é bom, pois assim estaríamos com pessoas na universidade e não um bando de zumbi computadorizados, mas acabou desviando o caminho e a prova agora se tornou um teste atlético.

Outro problema que tudo isso causa é que cada vez mais os diplomas universitários estão desvalorizados, pois são muitos os que têm um desse e cada vez mais, proporcionalmente, o que mais importa é o mestrado e em breve o doutorado o que é alarmante, enquanto isso algumas profissões praticamente desconhecidas estão ganhando maior âmbito mais e mais e chegam até a pagar mais que algumas profissões tradicionais.

Depois de tanto ler e escrever chega-se a seguinte conclusão: até o seu sonho profissional é tendenciosos, pois ninguém, ainda, vai querer fazer uma profissão para ganhar pouquíssimo por mais bela que seja ela. Ainda penso muito sobre o que fazer e muitos também se sentiriam muito bem fazendo aquele curso de interpretação das atividades humanas (sociologias, artes e psicologias), mas quando vêem os salários acabam mudando radicalmente de idéia. Entretanto será que vale ser um engenheiro, por exemplo, bem sucedido profissionalmente, mas mentalmente angustiado por não fazer o que realmente queria?

Obs: algumas vezes eu citei a palavra indústria, mas esse vocábulo refere-se ao todo mercado de trabalho.

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