7.27.2010

Longe da terra e perto do lar.

Acordo na madrugada porque pensava que já era manhã. Imaginei livros, histórias, romances, minha vida e nada do sol raiar. Já falei palavras horríveis para desconhecido que buzinava em minha rua, mal imaginava que ainda eram 21 horas. O amanhã se fez hoje. Motocicletas passaram buzinando e eu imaginando que já era o jornal rubro de sangue de ronda nos primeiros raios da manhã. Mas não era manhã.

Que belos sonhos eu tive, não lembro, mas acordei-me pensando que já eram umas três. Continuei a sonhar agora acordado. Imaginei a minha vida a dois, futuro a quatro e quem sabe uma família grande, seis. Fiquei surpreso, nunca gostei de família grande, na verdade eu sempre me imaginei com um filho, apenas. Casamento custa caro.

Infelizmente nem tudo foi alegria. Acabou-se e uma nuvem parou em minha mente. Não conseguia entender o porquê. Aquilo já me... – esqueci a palavra – Foi terrível, talvez seja um trauma de infância. Eu sentia o mesmo quando era mais novo, mas apenas quando eu estava doente, o que não está acontecendo. Estou com saúde, muita. Porque isso então? Pensando bem só as minhas articulações me afetaram hoje/ontem. Será que estou premeditando algo? Ninguém esta no MSN e não vou arriscar mandar SMS há essa hora. É loucura! Sei que sou louco, mas não vou interromper o sonho de ninguém apenas por uma dúvida.

Estou tendo lapsos de memória cada vez mais freqüentes e duradores. Sinto mais fraco. Não malho ou faço esportes como fazia na minha pré-adolescência. Estranho, pois o normal era eu ficar cada vez mais forte, mas apenas o meu corpo responde assim, na verdade não estou. A cada dia a minha mente envelhece três e nesse ritmo só me findam cinco anos de vida. É... Cantem Wander my friends no meu enterro. Se um dia vocês vasculharem o meu computador vão descobrir o porquê dessa música em meu enterro.

(...)

Talvez seja por isso que me sinto assim, anos com isso guardo em meu peito. Anos de confusão em minha mente e em apenas dois meses retirar tudo isso causou alguns efeitos colaterais. Liguei-me demais as pessoas e acabei esquecendo que um dia terei que dizer adeus, nem que seja por alguns anos. Vidas passaram.

(...)

Essa carcaça realmente não mais me obedece. O meu corpo já esta negro, sujo, velho, morrendo. Será que ainda irei habitar terras ou viajarei para os gases? Será que aqueles me visitam sem serem convidados e iluminam o meu céu viram me buscar? Dúvidas, dúvidas, duvidam-se.

Se eu não enriqueci o meu espírito nessa vida, acho que foi uma grande perda de tempo. Sei que já vivi por milênios, mas nesse tenho certeza que é diferente. Não mais fui tão pobre, nem tão rico. Não fiz revoltas ou fui morto em uma. A única coisa que me matou hoje foi ele, o amor. Amei inexoravelmente a ponto de esquecer-me do que realmente importava. Comer, beber, sorrir, chorar tudo quem ditava era ele, o amor.

Enfim o relógio tomou vergonha na cara e parou de contar os minutos para mim. Talvez isso me de uns 10 minutos a mais de vida, bem usados claro.

(...)

Fico observando à janela. Silencio. Uma pessoa e nenhum pássaro. Todos dormem até aqueles que deveriam está acordados. Sentia calor há três minutos e agora já espiro e todo o meu corpo doe. Minhas pernas furam-me e não entendo por que.A água quente ou gelada de meu chuveiro apena feri-me mais e mais.

Ainda penso que amei uma pessoa e ela não me amou da mesma forma. Fiquei irado com isso, mas superei em 30 minutos, acho que eu na verdade não amava, apenas sentia uma paixão besta, errei novamente, me enganei novamente. Passei de desiludido para iludido como diz Harrison e agora volto à desilusão. Existe uma pessoa que eu sei que me ama. Agora eu sei, eu estava cego, pensando em outra pessoa, apenas em outra pessoa. Não pude notar que ela já tinha me enviado tantos textos, tantos recados, tantos sinais. Vício total. Vicio que maltrata que mata. E por ser um assassino quase a mata.

Não consigo mais levar isso em meu coração. Não posso iludir ninguém. Não a amo, mas também não tive chance de tentar. Apenas pensamentos tolos bobavam a minha mente enquanto falava com ela.

Há quase uma hora estou aqui a escrever, mudando de música em música, artista em artista e ainda não tive sono. Acho que não mais terei sono e serei fadado e aguardar aquele dia. Pelos menos ontem eu dei um forte abraço em uma grande amiga. Gostaria de dar outro e outro e outro. Causa vício aquele calor, aquele rosto e pele tão meiga em contraste com a minha. Não a namoro como muitos dizem/pensam apenas a amo.

Costumava dormir cedo para chegar logo o amanhã, assim morrer, teoricamente, mais rápido. Na verdade eu sempre usei isso para esquecer os meus problemas, mas dessa vez não deu certo. Mas o problema ainda não deu a cara ou eu ainda não consegui vê-lo. Talvez esteja tão na cara, tão obvio e tão trivial que nem ao menos dei importância a ele. Vou retornar ao meu leito.

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