12.23.2010

Prazer

“Por que tantas lágrimas sangram de meu rosto? O que fiz ou deixei de fazer? O que fizeram à mim?”

O dia acordou quando ainda era noite. Uma cede incessante interrompia-me o sono e levantou-me. Fui à cozinha. Volto e já tinham se passado trinta minutos, eram 1:48 de segunda. Lá de minha varanda, apenas o pé de pimenta fazia companhia. E o frio do corredor gelará ainda mais meu manto, que doente antes sentia calor.

Incrível como a mente pode enganar, só não entendo a quem. Ela brinca consigo, mas consigo é outra pessoa de um único ser. Sou dividido, e você também. Temos mente e alma e quando elas não caminham juntas, aquelas lágrimas correm sem nem motivo tendo, ou apenas não aparente.

Prazer sou Pablo. Não importa o meu sobrenome, muito menos idade ou... Afinal nada importa, apenas o amor. Mesmo que as vezes devemos tratá-lo com indiferença. Apenas para nos protegermos de uma fatalidade iminente.

“Sofro porque amo sofrer, mas não como masoquista. Sofrer é adjetivo para viver e viver é amar. Amo porque amo amar.”

O sol que brilha assusta-me e cega. Cega os homens puros, raros, que ainda acreditam no amor, mesmo que tanto sofram e as mulheres, que de ingênuas agora são traiçoeiras, apenas para defender o seu espírito de magoas por sub-animais, namorados e maridos.

Preferiria viver a olhos cerrados e meia luz, em semi-vázio ambiente. Talvez seja por causa daquela noite, noite que despertou tantas dúvidas e desejos a teu respeito. O teu rosto balançava junto à seu corpo, a conversa estava boa, mas meus pensamentos voavam e nem queira saber aonde estavam. Os lábios vermelhos teus, natural, brilhavam com as luzes em trânsito. E quando escora-se na parede, eu apenas gostaria cair, desabar sobre você. És tu o meu álcool que tanto me embebeda. E tua língua, rosada, ao vê-la pela primeira vez, ao lubrificar tais lábios, deixaram-me a pensar por horas em ti.

Isso já está provocando-me uma confusão, tamanha que as noites apenas suam-me ao sonhar contigo e os dias apenas trás lágrimas de não poder ter-te. Não como gostaria.

“Já aprendi como substituir a dor pelo medo, só falta saber como transformar o medo em amor.”

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