8.16.2010

Segunda-Feira

Desisti de outra coisa, falar do domingo. Acho que essa é a terceira vez em meu blog que desisto de algo. Vai ver é por isso que mudo tanto e tantos "você ta estranho" tenho que escutar. Mas quem nunca mudou? Por um erro ou em busca de um acerto, por causa de uma pessoa ou por uma pessoa? Você nunca mudou?

Acordei-me ainda com a velha garganta doendo, mais uma crise de amidalite. Não suporto mais isso e às vezes tenho vontade de arrancá-las fora, como muitos já fizeram. Mas fico pensando se todos os nossos problemas nós simplesmente excluíssemos, a vida seria uma droga. Não existe graça no modo easy dos jogos e também na vida. Precisamos dos desafios, dos choros e das mágoas, das lutas e dos socos. Precisamos porque adoramos um obstáculo, mesmo que quando estamos nele simplesmente odiamos, mas ao vencer, ao transpor... Ah nada melhor que o gosto de uma vitória, que uma conquista, que a quebra de recorde, que um orgasmo.

Acabei de tentar gritar, só tentar, pois minha voz não soa mais como antes. Talvez seja praga ou má sorte, não sei, mas já faz semana que contínuo doente. Infelizmente minha ignorância, boa ou não, impede-me de tomar remédios e sempre recorro a medicina oriental. Sempre me dei bem com ela, a cabeça até deixou de querer explodir, apenas a garganta substituiu a doença. Acho que foi como concerto em oficina de quinta, você leva o produto quebrado e quando volta pra casa o problema original está resolvido, mas um novo aparece. Acho que vou pedir a garantia de 30 dias pelo concerto mal feito.

Nada melhor que a sinestesia. Encontrei um velho perfume que se fez máquina do tempo. O tempo assim como a visão ainda está turvo, não consigo lembrar totalmente o que aquele cheiro trás. Um ano que se passou ontem ou em minha infância. O cheiro em meu corpo já some ao misturar-se com o de outra pessoa, mas as vezes ele volta, rapidamente, impossibilitando assim a lembrança. Como é doce esse cheiro, desigual a qualquer coisa, esportivo e casual. Poderia até conquistar só com esse cheiro, pelo menos eu me conquistei. Uma inalada, uma página de diário a ser lida. Agora me lembro, ele lembra aula, tardes e manhãs, solidão. É bem resumido, como minha vida.

A aula já começa, o toque já suou e o professor bem vestido já arranha os lápis. É revisão, já teremos provas e essa é a segunda aula que assisto. Preciso mudar algumas coisas em minha vida.

Faz-se semanas, duas, que não rôo unha, isso é um milagre, mas acho que vou arrancar as de meu dedo primário. Não consigo mais digitar em meu celular sem que as unhas batam nas teclas e crie um atrito torturador em minhas mãos.

Já fiz tantos planos e tão pouco se tornaram reais. Fico feliz por mais um ter dado errado, ou melhor, foi desplanejado. Talvez tenha sido uma boa, o erro foi ter começado uma possibilidade irreal e fugir não era a solução. Não Amei, mas me apaixonei novamente, o sonho fez-se realidade. Não consigo acreditar no destino, ele sempre vai contra meus sonhos e desejos. Surpreendido sempre sou, mas nada ou ninguém tem chances de ser o que aquela paixão representou para mim. Ainda fico confuso se isso é o certo ou errado, mas que se dane. Eu não ligo para isso é acho que não vou passar a ligar.

Vou desligar agora. Tchau, pois a noite já acorda e eu já devo dormir.

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